Minha pele, carne e ossos,
lançados para quaisquer lugares,
sem repouso de alma,
E as palavras, nenhuma delas, definem a dor,
a maior dor,
sem cor,
de um nublado amor,
E enfrenta dragões, criados no castelo de sonhos,
Agora em ruínas, e num silêncio ensurdecedor,
Que se agiganta infinitamente,
Que dissolve os dentes na própria carne,
Estraçalhada,
E desenhada de cicatrizes de arte,
que arde,
num fogo gelado de desprezo,
de tristeza e de peso,
agravado na ausência do abraço,
do narizinho,
de seu movimento e carinho,
de sinceridade e verdade,
E agora, terrorista suicida da própria felicidade,
aguarda o sepultamento de suas partes,
encontradas uma a uma, porque inteiro não restou.
E a alma?
Ah, sim!
Para ela também há tédio,
ferimento incurável de dor permanente,
o vazio e sem qualquer remédio!
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ResponderExcluir(...)
È
dolorosa a tua poesia – que se agita e se rebela -
dos enfrentamentos, costela e espinhos:
é o estado-jardim do primeiro ao sétimo dia,
o caminho pós-Éden – o querubim, a espada e o cardo
mas, é, também, o passo do desbloqueamento,
o momento
do alívio do fardo, o traço,
o vai-e-vem;
é a poesia que cria, queima e esfria
(salvamento interlinear) dos parênteses
sem rima, agora, mas, ainda -e sempre- vida!
fodida, ida, saída, contida, florida e
estranhamente plena vida pelos desertos
do mundo!
(...)
Pietro Nardella-Dellova, “É o Vai-e-Vem do Mundo”, Rio de Janeiro, 2013
Bom dia Dellova!!!
ResponderExcluirMuito triste essa poesia amigo...
A poesia também traduz a tristeza, talvez, quase sempre rs...bjo
ExcluirNossa...professor que triste !!!Um abraço
ResponderExcluirReveladora rs....abração
ExcluirBom dia, professor! Muito bonita sua poesia, mesmo sendo triste é profunda e um retrato de nossa vida, abraços.
ResponderExcluirCom certeza absoluta Magda...abs
ExcluirA tristeza não pode achar caminho para devastar. Quanto mais abrir........mais incurável ela se tornará. Um bjo.
ResponderExcluirMuito sábia a sua afirmação Drica...bjos
ExcluirMuito grato pelos comentários meus caríssimos! Abraços!
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