quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

UMA VIDA DE MORTE!

Minha pele, carne e ossos,
 
lançados para quaisquer lugares,
 
sem repouso de alma,
 
E as palavras, nenhuma delas, definem a dor,
 
a maior dor,
 
sem cor,
 
de um nublado amor,
 
E enfrenta dragões, criados no castelo de sonhos,
 
Agora em ruínas, e num silêncio ensurdecedor,
 
Que se agiganta infinitamente,
 
Que dissolve os dentes na própria carne,
 
Estraçalhada,
 
E desenhada de cicatrizes de arte,
 
que arde,
 
num fogo gelado de desprezo,
 
de tristeza e de peso,
 
agravado na ausência do abraço,
 
do narizinho,
 
de seu movimento e carinho,
 
de sinceridade e verdade,
 
E agora, terrorista suicida da própria felicidade,
 
aguarda o sepultamento de suas partes,
 
encontradas uma a uma, porque inteiro não restou.
 
E a alma?
 
Ah, sim!
 
Para ela também há tédio,
 
ferimento incurável de dor permanente,
 
o vazio e sem qualquer remédio!