Minha pele, carne e ossos,
lançados para quaisquer lugares,
sem repouso de alma,
E as palavras, nenhuma delas, definem a dor,
a maior dor,
sem cor,
de um nublado amor,
E enfrenta dragões, criados no castelo de sonhos,
Agora em ruínas, e num silêncio ensurdecedor,
Que se agiganta infinitamente,
Que dissolve os dentes na própria carne,
Estraçalhada,
E desenhada de cicatrizes de arte,
que arde,
num fogo gelado de desprezo,
de tristeza e de peso,
agravado na ausência do abraço,
do narizinho,
de seu movimento e carinho,
de sinceridade e verdade,
E agora, terrorista suicida da própria felicidade,
aguarda o sepultamento de suas partes,
encontradas uma a uma, porque inteiro não restou.
E a alma?
Ah, sim!
Para ela também há tédio,
ferimento incurável de dor permanente,
o vazio e sem qualquer remédio!