quarta-feira, 26 de junho de 2013

Em Torno do Orgasmo


















Quanta força faço para rasgar com os dentes essa pele,

Que se desfigura a cada mordida,

Ardida,

Que responde com poros abertos e pêlos que se arrepiam incontroláveis,

No vermelho das palmas, nádegas e gritos,

No vermelho da boca, da língua e dos sussurros,

De beijos e apertos,

Da nuca e cabelos,

Presos,

De uma só maneira em mãos firmes,

Da profusão de suor,

Do mortiço tesão,

De músculos e exaustão,

E agora,

Observo o queixinho desenhado,

O narizinho de sempre,

O cabelo esvoaçado,

E nos fluídos grudado,

E o corpo marcado,

De dedos e violência,

De orgasmos e ardência,

No sangue pisado,

E na cintura ousado,

Afirma a pressão,

De quem se despede do corpo,

Separa a alma,

E de muito sóbrio ou são,

Adormece e vive,

Um sonho verdadeiro,

E a alegria de então!



 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Neste Peito!

  











E os tantos corações moídos no peito,

Os olhos, brilhos e lágrimas misturados ao sorriso instintivo e de uma quase obrigação social,

A procura incessante,

Por aquele amante,

Ainda que sem diamante,

Inconstante,

Mas presente, somente quando estiver,

Ou na carne, ossos e alma quando eu quiser,

Amo a mim mesmo, e carrego,

O emocional de dor física,

A liberdade, tão assustadora,

De corações arrebatadores, e olhos fitos induvidosos,

Mas todos moídos no peito,

De alguma maneira, moídos!

E pela paixão, talvez amor, reconstituídos,

Num mesmo peito!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Segunda Alma












Mortificado, 

sombrio e 

mórbido.....

Frio, esquecido no esquife sórdido,

No silêncio da dor e no vazio de alma,

Rodeiam os coros em alto tom destrutivo, 

E não altivo,

E o soprano estridente se liberta da vida...

Disciplinada em partituras impressas e desgastadas,

Porque com ela não combina...

E assim, o corpo observado sem pressa,

Pelos olhos de quem contesta,

A imóvel esperança, agora funesta...

E devolve, com as mãos estendidas,

O pergaminho rabiscado de paixão e ternura,

Sem amargura,

Para a segunda alma que tanto procura,

E devolve a voz àquela alma, 

Outrora muda,

Agora, escancarada e desnuda!