quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

UMA VIDA DE MORTE!

Minha pele, carne e ossos,
 
lançados para quaisquer lugares,
 
sem repouso de alma,
 
E as palavras, nenhuma delas, definem a dor,
 
a maior dor,
 
sem cor,
 
de um nublado amor,
 
E enfrenta dragões, criados no castelo de sonhos,
 
Agora em ruínas, e num silêncio ensurdecedor,
 
Que se agiganta infinitamente,
 
Que dissolve os dentes na própria carne,
 
Estraçalhada,
 
E desenhada de cicatrizes de arte,
 
que arde,
 
num fogo gelado de desprezo,
 
de tristeza e de peso,
 
agravado na ausência do abraço,
 
do narizinho,
 
de seu movimento e carinho,
 
de sinceridade e verdade,
 
E agora, terrorista suicida da própria felicidade,
 
aguarda o sepultamento de suas partes,
 
encontradas uma a uma, porque inteiro não restou.
 
E a alma?
 
Ah, sim!
 
Para ela também há tédio,
 
ferimento incurável de dor permanente,
 
o vazio e sem qualquer remédio!

13 comentários:

  1. *
    (...)
    È
    dolorosa a tua poesia – que se agita e se rebela -
    dos enfrentamentos, costela e espinhos:
    é o estado-jardim do primeiro ao sétimo dia,
    o caminho pós-Éden – o querubim, a espada e o cardo
    mas, é, também, o passo do desbloqueamento,
    o momento
    do alívio do fardo, o traço,
    o vai-e-vem;
    é a poesia que cria, queima e esfria
    (salvamento interlinear) dos parênteses
    sem rima, agora, mas, ainda -e sempre- vida!
    fodida, ida, saída, contida, florida e
    estranhamente plena vida pelos desertos
    do mundo!
    (...)
    Pietro Nardella-Dellova, “É o Vai-e-Vem do Mundo”, Rio de Janeiro, 2013

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  2. Bom dia Dellova!!!
    Muito triste essa poesia amigo...

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    1. A poesia também traduz a tristeza, talvez, quase sempre rs...bjo

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  3. Nossa...professor que triste !!!Um abraço

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  4. Bom dia, professor! Muito bonita sua poesia, mesmo sendo triste é profunda e um retrato de nossa vida, abraços.

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  5. A tristeza não pode achar caminho para devastar. Quanto mais abrir........mais incurável ela se tornará. Um bjo.

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  6. Muito grato pelos comentários meus caríssimos! Abraços!

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