quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Fora do Ar


 
 
 
 
 
 
 
 
Aquela mulher, única,

Que sabe todos os seus segredos,

E aqueles que você quer contar,

Só para ela,

Porque ela sabe que está entorpecido com poesia,

Com tinta e papel,

Seja com vinho ou qualquer alucinógeno,

Olha da mesma maneira,

Como se amasse seus poros, cabelos,

Como se ignorasse a política normal,

Como se ignorasse a própria vida,

Seus compromissos e princípios de construção pessoal,

E quero a música alta,

Qualquer uma, para que os ouvidos se encham de gozo indecifrável,

De sussurros que só eu interpreto,

E com os olhos fechados também possa sentir cada tom e toque,

Está a caminho,

Dirigindo na chuva de todos e, só nossa, brava, escura, barulhenta,

Sozinha, amiga e, desprezível parceria para a alegria,

Meus poros explodem,

De qualquer ângulo demonstram,

Arte incomunicável e incontornável,

Porque essa poesia encara a morte,

Não são palavras,

Não é científico,

É poeta, louco, desvairado, ilógico,

Ignorando códigos e sistemas,

Ignorando religiões e atos,

Gritando na nudez do silêncio,

No roupão preto e pele tatuada,

De força, de mar, de rochas,

Você é aguardada como tema,

De uma poesia carnal e de pecados,

De algo que morro ao viver!

2 comentários:

  1. E como sempre, uma imaginação inigualável, inteligente e verdadeiro! Parabéns Dellova.

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    1. Obrigado caríssima Dany...por acompanhar e viver os textos...beijos!

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