Eu já poderia morrer agora...
Porque conheci os amores... todos eles...
Amores incondicionais...amores verdadeiros,
Amores diferentes e de muitos prazeres
Amores doloridos como flechas de arqueiros,
Amores perigosos, amores proibidos,
Amores chorosos e que amam umbigos...
Eu já poderia morrer agora...
Não porque vivi os infinitos,
Mas porque vivi infinitamente a limitação humana...
E nessa condição, percorri o pecado e seus mitos...
Defendi a retidão na escuridão tão estranha...
Caminhei num pesar de coração cambaleante e cego...
E tudo que descobri foi o troféu amargo como triunfo do meu ego...
Eu já poderia morrer agora...
E nos braços do meu amor, encontraria repouso...
Num pouso da vida desregrada, pois ouso...
E sempre quis ser assim, caminhar na ética imoral
E não ser um mal aprisionado à conduta moral...
Fingindo entender e viver como qualquer amoral...
Mas atravessa-la como a luz embeleza o vitral...
Eu já poderia morrer agora...
E não quero morrer amanhã...
Pois o encanto não passará desta hora...
E o seu coração acordará de manhã...
Eu não quero viver agora...
Pois morrerei de manhã...
E nos atos enceguecidos...
Não contestarei os gemidos!
(...)
ResponderExcluirjá morremos a cada instante: é a regra!
nascemos mortos!
toda imensidão apontada
nada mais é que a sala de espera
e as dores de parto de quem,
enxergando a luz, desmaia de espanto;
nada precisamos fazer para morrer:
ela, a morte, já é presente ao berço!
Mas, quando transitamos entre letras
nos rebelamos, gritamos, berramos
e, enfim,
rebelar-se, gritar e berrar
já é a resistência à morte
em qualquer instante.
(...)
Pietro Nardella Dellova
Caro Professor Pietro Nardella-Dellova, penso que falar sobre a morte, enquanto vivemos , é reconhecer sua presença, e sabendo disso, talvez saibamos o valor da vida, conquistada a cada grito e rebeldia! Sabedoria de sua parte! Bravo!
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