segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Caminhando para o inferno: Ela chorou!















Eu disse e talvez o silêncio seria ainda mais desagradável,
            a deusa chorou e,
talvez se não chorasse seria ainda pior...

Então me calei, talvez as palavras estragariam tudo,
a deusa falou,
seria melhor que... 

E mais adiante,
descobrimos que o silêncio falava,
o vazio completava e o abraço era...
...não era... 

Não sei o que fazer, a tristeza é passageira,
mas ela retorna... 

Então fugi,
fugi para um lugar escuro e acendi uma vela,
fui observando-a enquanto o cigarro se acabava no cinzeiro,
traguei-o duas vezes e voltei a observar a vela, 

Continuava a iluminar!!!
Apaguei o cigarro, escrevi mais algumas palavras e voltei à vela,
e lá estava ela, continuava a iluminar,
mas tinha uma coisa que não conseguia enxergar, 

Ela queimava, diminuía,
e continuava a iluminar, 

Éramos somente dois, queimávamos e
continuávamos a iluminar, 

Não havia tempo de parar, de questionar,
era o tempo de iluminar,  

Ainda que a ardência aumentasse,
era o tempo de iluminar,
iluminar... 

A vela se apagou, cegou, os olhos não possuíam função,
obrigados a não enxergar,
enxerguei o
interno,
o inferno,
Eterno, me ajude!
                       
São Paulo, fevereiro/2002


Nenhum comentário:

Postar um comentário