Eu disse e talvez o silêncio seria ainda mais desagradável,
talvez se não chorasse seria ainda pior...
Então me calei, talvez as palavras estragariam tudo,
a deusa falou,
seria melhor que...
E mais adiante,
descobrimos que o silêncio falava,
o vazio completava e o abraço era...
...não era...
Não sei o que fazer, a tristeza é passageira,
mas ela retorna...
Então fugi,
fugi para um lugar escuro e acendi uma vela,
fui observando-a enquanto o cigarro se acabava no cinzeiro,
traguei-o duas vezes e voltei a observar a vela,
Continuava a iluminar!!!
Apaguei o cigarro, escrevi mais algumas palavras e voltei à vela,
e lá estava ela, continuava a iluminar,
mas tinha uma coisa que não conseguia enxergar,
Ela queimava, diminuía,
e continuava a iluminar,
Éramos somente dois, queimávamos e
continuávamos a iluminar,
Não havia tempo de parar, de questionar,
era o tempo de iluminar,
Ainda que a ardência aumentasse,
era o tempo de iluminar,
iluminar...
A vela se apagou, cegou, os olhos não possuíam função,
obrigados a não enxergar,
enxerguei o
interno,
o inferno,
Eterno, me ajude!
São Paulo, fevereiro/2002
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